PARCEIRAS
Dona Gomes não é de modas. Chateada com o PS por não lhe dar apoio explícito, atira-se ao Costa, acusando-o de ter sido mau para o BE na cena do orçamento. Se os dois partidos se zangaram, diz dona Gomes, não foi por causa das maluquices da Catarina mas por injusta intransigência do Costa, que devia ter arranjado mais uns milhões para satisfazer as ânsias “sociais” de tal e tão estimável senhora. A ala pedronunosantista do PS tem uma apoiante de peso. O Bloco também.
No debate, Dona Marisa e dona Gomes desfizeram-se em loas e salamaleques. Almas gémeas, irmanadas pelas das “lutas” comuns no Parlamento Europeu, a abarrotar de compreensão, amizade e coincidência de objectivos. Ficou tudo isto bem à vista e, no fim do debate, só não acabaram aos beijinhos por causa do covide. O esquerdismo radical tem duas representantes nas presidenciais, nada impedindo que venham a fundir-se, a fim de evitar que o Ventura tenha mais votos que elas.
O Costa ri-se. Quanto mais se zangar com a Catarina, mais hipóteses tem de ganhar as legislativas com maioria absoluta. E, se tal não acontecer, terá sempre, pelo menos, o apoio dos bolchevistas. Elas não percebem, ou ainda não perceberam. Ficarão penduradas, como merecem.
Enfim, para o Costa, tudo corre às mil maravilhas. Há esta chatice da Vandunem, mas vai passar, como passam todas as chatices desde que se saiba assobiar para as núvens.
5.1.21