PEDRO BACELAR DE VASCONCELOS
Se há rebanho numeroso pelas nossas bandas, é ele o dos “constitucionalistas”. Há-os de todos os tamanhos e feitios, desde os que, vá lá saber-se porquê, em vez de vergonha têm orgulho em se intitular “pais da Constituição”, aos que se comprazem em dar bocas aos jornais por dá cá aquela palha e àqueles que, surgindo do nada, tonitruam as mais rebuscadas teoria e opiniões. Têm pontos em comum: todos defendem a Constituição, o “semi-presidencialismo”, e outras rebuscadas matérias, tais as decisões, geralmanete ruinosas e politiqueiras, do Tribunal Constitucional.
Os políticos (há alguns que não são constitucionalistas ou ainda não se lembraram de como tal se intitular), mesmo os que algum dia propuseram que se tocasse no socialismo constitucional, depressa esqueceram tão nobre missão, mais que não seja porque perceberam que batiam sem remédio no imobilismo do PS .
Também há os taradinhos que, pouco ou nada tendo na caixa craneana, como o Costa e o Ferro, se lembraram de propor uma revisão extraordinária para... dar poderes ao Presidente para nomear o Governador do banco central! No imenso deserto de ideias em que vivem, encontraram este oásis e avançaram com uma “revisão cirúrgica”. Não podia ser mais ridículo, mesmo patético.
Mas – é esse o objecto deste post – apareceu um membro da constitucional agremiação e da direcção do PS a tergiversar. O homem (terá lido o IRRITADO?) defende nada mais nada menos que a eleição parlamentar do Presidente, por maioria qualificada. Hossana! Enquanto os seus chefes, mentalmente limitados, querem dar mais poderes ao Presidente, aparece um iconoclasta a querer acabar com a palhaçada e a monumental perturbação política das eleições directas!
Chama-se Pedro Bacelar de Vasconcelos e, ou me engano muito ou não tem futuro no palácio do largo dos ratos. Mas tiro-lhe o chapéu, mesmo que não passe de uma excepção para confirmar a regra da constitucionalite aguda de que o país enferma.
21.3.15