PERGUNTAS INOCENTES
Para um observador externo, este governo deve ter descoberto uma mina de ouro. Para o indígena, há fortes probabilidades de voltar à vaca fria, isto é, de mergulhar outra vez num triste buraco, virtualmente pior do que o herdado do senhor Pinto de Sousa.
De qualquer maneira, para já, anuncia-se um bodo que os calculadores vão estimando em várias centenas (as mulheres do Centeno?) de milhões de euros, que não sabem de onde sairão, e que os calculistas sabem que sairão, mais tarde ou mais cedo, dos exauridos bolsos dos 16% de pagantes de impostos.
Para já, os serventuários do gargantuesco Estado vão ver os ordenados repostos. Óptimo!
Os pensionistas, esses não. Deixem-se estar que estão mal. Porquê? Os pensionistas são portugueses de segunda? As tontas não vêem isso? O inigualável Jerónimo também não? Então isto não é uma “política de direita”, digna da tenebrosa ex-coligação? Então o grande reformador Vieira da Silva, especialista em aumentar o buraco, não pode reformar outra vez? Durava pouco mas, enquanto durava, os pensionistas não eram menos que os outros dependentes do Estado.
Que diabo, já que vamos para o buraco, já que vamos pagar mais impostos, não é verdade que tanto faz? Podiam repor as pensões! Ao menos, enquanto o pau vai e vem, tratava-se todos por igual.
Fica a questão, que parece não incomodar ninguém. Depois, venham cá falar no abandono dos idosos, no fosso entre gerações e noutras patacoadas do estilo.
19.12.15