POPULISMO
Anda meio mundo cheio de medo dos populismos, dos euro-cepticismos e de outros ismos. Muito bem. Engraçado é verificar que todos os populismos são de direita, proto fascistas ou fascistas mesmo, nacionalistas, isolacionistas. À esquerda, segundo as opiniões “correctas”, só há altos democratas, gente finíssima, a quem a humanidade muito deve.
Por cá, a coisa vai mais longe: segundo o politicamente correcto, somos o único país da UE que não tem populismos, leia-se, não tem extrema-direita. É verdade que não a temos, e ainda bem. Há uns grupelhos, de malfeitores ou de abstrusos, é tudo. Mas não é verdade que não haja populismos em Portugal. Há-os, e em quantidades industriais, só que de extrema-esquerda e até de esquerda dita “moderada”.
De extrema-esquerda, temos 20% no parlamento, e mais uns, poucos, em geral pataratas sem expressão. O que são as promessas mirabolantes do PC? Populismo ideo-demagógico. O que é o soberanismo do PC? Populismo, tão nacionalista como, por exemplo, o do Vox. O que são as ideias das esquerdoidas do BE que, por hábito, votam com a madame Le Pen? Populismo. O que é a luta contra o euro, de um e de outro? Populismo pouco esperto ou acanalhado.
Se sairmos da zona comunista, o que vemos quando o chamado primeiro-ministro atira à cara das pessoas as maiores aldrabices, o fim da austeridade, o progresso da economia, a felicidade a rodos que espalha por aí? Populismo baratucho, mas que funciona, como o do senhor Salvini.
Cereja no alto do bolo, o popularuchismo do senhor que direita pôs em Belém e que anda há anos com a esquerda ao colo. O que será? O que será a “politica dos beijinhos”?
Pensem nisto, não vão em cantigas.
23.5.19