PORREIRO PÁ
Parece que o esquerdalho Salgado fez das suas in illo tempore. A coisa parece que vai dar brado. Muito bem, entretenham-se com mais esta.
O mui nobre ministro das finanças e antigo chefe do Salgado veio a terreno afirmar solenemente que não sabia nada do assunto. Percebe-se: nos tempos áureos do Costa, e nos argêntios do Medina, o Salgado era o dono da Câmara, fazia o que lhe apetecia. É natural que o Medina não soubesse ou não percebesse patavina do que se passava.
Porém, não percebendo nós porquê, no dia seguinte declarou que tinha telefonado à dona PGR, propondo-se dar todos os esclarecimentos necessários. Se não sabe nada do assunto, como dizia na véspera, diz a lógica das coisas que não tem nada para para esclarecer. Ou então o que quer é que a senhora o esclareça. Mais uma originalidade do indivíduo, no caso eventual futuro interrogado pela PGR. Em vez de interrogado, quer interrogar, põe as coisas de pernas para o ar, quer submeter a senhora a interrogatório. Estranho, não é?
Ainda mais estranho é o coro unânime dos media, unidos em rasgados elogios à “abertura” e à “disponibilidade” do homem. E nós, pela influência de quem nos impinge tal opinião, ficamos à espera dos desenvolvimentos.
Porreiro, pá.
20.1.23