PORREIRO PÁ
A não ser que haja uns oito ou nove deputados do PS que conservem algum sentido de dignidade e não se importem com o anátema das ratazanas e o programa de governo da coligação passe, o que teremos pela frente, a “governar”, será o saco de gatos do socialismo radical.
E então? Então, imaginemos o futuro próximo, partindo do princípio que esse “governo” cumprirá as promessas feitas:
Menos a pagar à Segurança Social, porreiro pá;
Mais dinheiro para o povo, porreiro pá;
Melhores salários, porreiro pá;
Restituição dos cacaus que foram suspensos, porreiro pá;
Menos impostos, porreiro pá;
Restituição da sobretaxa, porreiro pá;
As reformas reinstaladas, porreiro pá;
Sbsídio de desmprego universal e perene, porreiro pá;
Mais investimento público, porreiro pá.
Empregos aos pontapés, dos bons, dos que são para a vida, cheios de diuturnidades e de prestações extra, porreiro pá.
O IVA das tascas por aí abaixo, porreiro pá (os preços continuarão na mesma, mas isso é detalhe);
O abono de família universal, correcto e aumentado, porreiro pá;
Abono dos idosos à fartazana, porreiro pá;
Rendimento social de inserção alargado, porreiro pá;
Médicos a nascer das pedras, porreiro pá;
Etc., porreiro pá.
O IRRITADO está contentíssimo. Vai ter mais massa para gastar, vai comprar uns esticadores de ouro para os colarinhos e passar um fim de semana no estrageiro, quer dizer, em Badajoz, entre outras maravilhas da vida moderna generosamente proporcinadas pelo “governo”.
Há, no entanto, um pequeno pormenor que - não fora a fé que estas promessas fazem nascer no seu coração e no seu porta-moedas - daria cabo de tudo. É que tem o dedo mindinho cheio de adivinhações: adivinha, porque ninguém lhe explicou de onde vinha o dinheiro para pagar estas benesses, que não vai haver que chegue. E, se não vai haver que chegue, então temos o caldo entornado. É claro que o tal “governo”, programaticamente, já decretou que a restituição do dinheiro ao povo vai aumentar o consumo, que o aumento do consumo vai criar milhões de empregos,e tudo ficará certinho, o défice, a dívida, o tratado orçamental, tudo! A Europa aplaudirá e, seguindo o brilhante exemplo deste jardim, renascerão partidos comunistas como cogumelos por essa Europa fora, venenosos, é certo, mas cheios de amanhãs que cantam.
O pior é que o mindinho, um chato, acha que a receita do consumo jamais deu resultado fosse onde fosse.
Nada porreiro pá.
20.10.15