PROBLEMAS DE ESTACIONAMENTO
A dona Madona anda a fazer das suas. Depois de gastar largos milhões – e propõe-se gastar mais alguns – precisou de estacionar os seus automoveiszinhos e tratou, para o efeito, de falar com o Medina. Acontece que a Câmara tinha nas trazeiras da casota da senhora, o espaço ideal para o efeito. Parece que não o cedeu de borla, antes cobrando uma quantia que, se fosse o dobro, não seria escandalosa.
Até aqui, tudo mais ou menos bem. A dona Madona é uma mais valia para a cidade, disso não tenho dúvidas. Deixem-na andar por aí à vontade, que os tostões dela são tão bons como os dos outros, não chateia ninguém e, pela publicidade gratuita, dá indesmentível lucro à cidade. Por isso que, na opinião do IRRITADO, não é demais dar-lhe o privilegiozinho de estacionar as viaturas em terras da cidade, ainda por cima pagando barato, barato mas pagando.
Não percebo lá muito bem, nem lá muito mal, o histerismo do CDS contra a cedência, paga, dos lugares. Os munícipes, que pagam bem menos à empresa soviética chamada EMEL, não têm que se queixar.
Enquanto “cantora”, não tenho admiração especial pela senhora. Ouvi-a uma vez, há uma carga de anos, em Nova Iorque, a cantar o Don’t cry for me Argentina. Fantástico! Depois, fui vendo as suas apalhaçadas exibições, e deixei de ir à bola com ela. Mas, que diabo, é uma figura de expressão universal que dá a Lisboa a honra de a escolher.
O que quer o CDS? Que ela seja igual aos outros. Se ela tem quinze lugares de estacionamento, porque não havemos de ter nós também? O problema é que ela não é igual aos outros. Sê-lo-á em termos de direitos civis, mas não o é enquanto “personalidade”. A Câmara, o governo, o presidente, põem-se de joelhos perante o senhor Aga Khan, ou o senhor Ronaldo, por que carga de água não se devia dar, sequer alugar, uns lugarzinhos à dona Madona? O que é isto? Eu respondo: é um bando de parolos armados em partido político.
Se o PC for contra, aceito. Dona Madona é rica, portanto indesejável. Se o BE for contra, que remédio, a senhora, que conste, não é lésbica, nem tem outra especialidade do género, nem anda no metoo ou em pantominas do género. Mas o CDS? O que é que lhes deu no toutiço?
Como sabe quem me lê, não tenho ponta de apreço ou de admiração pelo camarada Medina. Mas confesso que, na circunstância, tem todo o meu apoio.
3.7.18