PROFESSORALMENTE
Anteontem, um feroz professor, cara a cara na TV com um advogado do trabalho, lamentou-se amargamente de não ter direito à greve. Porquê? Porque o seu trabalho tinha sido apanhado pelos serviços mínimos. Que trabalho? Dar uma aula de história uma vez por semana. O IRRITADO solidariza-se com este pobre senhor, que só podia fazer greve uma hora por semana e que até esse direto lhe tiraram! Acrescentou tal senhor que os professores estão muito preocupados com os alunos. Não contesto, mas parece-me que já há muita gente preocupada com tal coisa. Faltavam os professores. Ainda bem que se juntam aos demais.
Como já escrevi, a greve dos professores é uma greve como as outras - os assalariados contra o patrão. Clássico. Muita gente diz, com razão, que há patrões a ganhar muito mais do que seria normal. Destes, sobressai o maior de todos: o Estado, o que mais entesoura com a crise, ou seja, o maior especulador.
Dir-se-ia que os serviços públicos e os salários dos empregados ganhariam com isso. O problema é que se dá exactamente o contrário.
Onde está a lógica disto? Perguntem ao professor Medina.
6.3.23