QUANDO O FOGO QUEIMA...
Há uns magistrados que investigam uma data de gente suspeita de inúmeros crimes cometidos a propósito, antes, durante e após os incêndios de 2017. Bombeiros, presidentes de câmaras, funcionários de várias origens, comandantes não sei de quê, tipos da protecção civil... parece que já estão 13 na tenebrosa lista .
Muito bem, ou muito mal, segundo a opinião de cada um.
Há, no entanto, um grande mistério. É que os dignos magistrados só deram por aquilo a que podemos chamar arraia miúda. E os outros? Sim, os grandalhões não constam? A dona Constança, agarradinha ao lugar, que passou dias e dias a lacrimejar desculpas esfarrapadas, não consta? O espantoso secretário que dizia coisas, não consta? Os tipos da fileira da floresta, que nunca deram pelos combustíveis em cima das estradas, nem pela falta de limpeza do mato, nem por nada do género, não constam? Os teóricos das ONG, que passam avida a largar bitates e não fazem nada, não constam?
Em cima deste bolo não há um que devia ser o mais acusado de todos? Há. Quem? O camarada Costa, que andava de férias e lá continuou, que disse coisas tidas por ofensivas dos sentimentos das pessoas e, pior, das almas que por lá ficaram esturricadas. Não consta?
Parece que os distintos magistrados não deram pela existência destes e doutros, os mais importantes na origem das tragédias. Talvez por serem importantes, ou intocáveis, ou meterem medo aos magistrados. Será?
5.2.19