QUEIXINHAS
Não sei se há cartel a funcionar nesta história dos preços dos combustíveis. É de crer que os gasolineiros estejam todos feitos uns com os outros, mas também é possível que circunstâncias semelhantes provoquem preços parecidos. Isto digo eu, que não percebo nada do assunto e me limito a pagar e não bufar.
Ora bem. Parece que a coisa a que por cá se chama governo está como eu: não sabe nada do assunto. Tem à sua disposição um sem número de agências, reguladores, entidades, autoridades, o diabo a quatro, tudo pago a peso de ouro. Pois não há nenhum que não esteja de acordo com a governamental coisa, isto é, que saiba do assunto. Disseram-me que até há uma "autoridade" para tratar dos combustíveis, outra para tratar da concorrência, e mais não sei quê. Mas, sobre sobre preços, cartéis, etc., ninguém sabe nadinha.
A prová-lo, a coisa chamada governo foi fazer queixinhas a Bruxelas: façam VExas o favor de investigar o cheirinho a trafulhice que anda por aqui; a malta desconfia, mas, como somos totalmente ignorantes nesta como noutras intricadas matérias, pedimos ajuda. Queiram fazer o favor de investigar. Vai daí, os bruxeloides responderam: vão dar uma curva, nós por cá não temos nada com disso, nem vocês foram capazes de fazer um requerimento devidamente informado. Boa tarde.
Uma lição haverá a tirar deste tão interessante episódio. O governo, se existisse ou valesse um caracol, podia aproveitar para poupar uns tostões. Mandava para casa os alegados reguladores, com um elogio no diário oficial a fim de não chamuscar ninguém. Com as centenas de salários que deixavam de pagar a tais inúteis, se calhar podiam poupar-nos um centimozinho nos preços dos combustíveis.
Por outro lado, dada a generosa preocupação com os nossos bolsos governamentalmente mostrada, talvez fosse de mexer nos impostos dos produtos petrolíferos. São eles, de longe, o mais violento item nos preço em causa. Aqui, porém, quietinhos, que isso de baixar impostos não se coaduna com os exigentes princípios da geringonça.
29.9.17