QUEM, EU?
Já tudo está dito, redito e tredito sobre o horrível espectáculo da chegada de Ricardo Salgado ao tribunal. A cena já se tinha dado, pelo menos noutra ocasião, sem que tantas almas se condoessem.
Adiante.
Salgado não pode, simplesmente, ser julgado. Neste aspecto, acabou-se a “festa”. Compete imaginar o que se vai seguir, que vai ser outra “festa”, talvez ainda mais interessante para a multitudão de opinadores que já anda para aí a esbracejar.
Junto-me à alcateia, sem vénia nenhuma. O novo episódio poderia chamar-se, se isto fosse uma telenovela: “Quem, eu?”, com personagens vários.
Assim:
Dei um pontapé nas contas porque o chefe mandou. Assinei porque o chefe quis que assinasse, tive medo de ser ficar sem emprego, tenho mulher/marido, e filhos. Pois, é verdade, eu até suspeitei que havia marosca, quem era eu para duvidar do chefe? Isso era coisa do GES e eu era do BES, não sei o que estou aqui a fazer. Isso passou-se em Angola e eu estava em Cacilhas! Eu não fabriquei nada, as coisas já vinham feitas lá de cima, e em cima mandava o chefe. Etc., por aí fora.
Pois, há muita malta, coitada, que se viu envolvida, sem mandar em nada, sem saber de nada, sem decidir nada.
Se calhar todos têm razão. Como o chefe, coitado, já não pode responder, o problema está resolvido.
Vai dar um trabalhão (olhem o caso do Sr. Pinto Sousa, conhecido por "engenheiro Sócrates"), mas ou muito me engano ou a montanha não vai parir um rato, só umas ratinhas mais ou menos inofensivas.
Daqui a largos anos o IRRITADO estará a fazer tijolo. Já não se irritará. Deixa a tarefa aos trinetos.
18.10.24