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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

QUESTÕES DE DIGNIDADE

Como na generalidade dos conflitos, quem ganhou tinha razão, quem perdeu não tinha. Muitas das vezes, é indiscutivelmente assim. Noutras, é controverso.

Nas nossas guerras ultramarinas, talvez à excepção da da Guiné, Portugal foi derotado nas secretarias internacionais e nas alfurjas do corporativismo militar da época. Depois,construiu-se a nova verdade, de há muito reclamada pelos que trairam os seus maiores, isto é, os próceres da República de 1910 em cujas cabeças jamais caberia a opção dos seus mais dilectos filhos. As consequências da forma que o fim das guerras tomou estão à vista, sobretudo dos milhões de pessoas (de cá e de lá) que tanto sofreram com isso.

Enfim, as coisas são o que são e não há volta a dar. Há que ter boas relações, ou tão boas quanto possível, com os inimigos de ontem.

A “ala intelectual” dos que contra nós lutaram foi educada numa coisa que se chamava Casa dos Estudantes do Império, um falhanço monumental da ditadura que, em vez de atrair tais estudantes para as suas razões lhes forneceu bagagem cultural para a política da guerrilha, e que, em vez de lhes dar uma mentalidade ocidental, os precipitou nos braços do lado bolchevista da Guerra Fria.

Águas passadas. Os inimigos são agora amigos, e já não vale a pena elaborar sobre o assunto.

Daqui até guindar tais “estudantes” aos píncaros da heroicidade e ao galarim da cultura vai uma enorme distância. Respeitem-se. Por uma questão de dignidade própria, dir-se-á que os que mergulharam os portugueses, civis e militares, numa sangueira, não são, por tal motivo, passíveis de homenagem.

É sabido que o jornal “Sol”, para sobreviver (é difícil, em Portugal, a vida de jornais que não se dediquem à propaganda socialista) recorreu, como tantas empresas deste arruinado país, a capitais dos antigos territórios do Império. Pode até dizer-se que tal associação tem o lado positivo de criar uma joint venture jornalística no espaço da língua, o que é útil e pode merecer consideração. Daí a desencadear uma campanha de homenagens e encómios aos que criaram, e comandaram, a guerra contra Portugal, com razão ou sem ela, vai uma enorme distância. Os franceses não homenageiam os que os venceram em Dien Ben Fu, nem os americanos se dedicam a tecer loas ao Ho Chi Min ou ao Príncipe Shianuk.

Uma coisa é fomentar a amizade com os países nascidos da guerra, outra é incensá-los pelo que os seus fundadores e comandantes (nos) fizeram. Por uma questão de dignidade.

Não se percebe porque aceitam os ditos tais homenagens. Por uma questão de dignidade. Mas isso é lá com eles.

Ainda se percebe menos porque entrou o “Sol” nestas andanças. Por uma questão de dignidade. Isso é conosco.

Que diabo, o politicamente correcto devia ter limites. Mas não tem.

 

3.11.14

 

António Borges de Carvalho

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