RACISMO EM MARCHA
Anda por aí uma autêntica cruzada racista. Meia dúzia de chefes de fila, acompanhados por hordas de idiotas úteis, não cessa de propagandear a sua fé racista. Só que não se trata de racismo de brancos versus pretos, mas de pretos versus brancos.
Agora que elegeram uma senhora para o parlamento usando em exclusivo o “argumento” da cor da pele, resolveram chegar à rua. Acham que devem manifestar-se contra os “ataques e perseguições racistas ‘remetidos’ à recém eleita deputada”.
Quais ataques, quais perseguições? Ninguém sabe, ninguém viu. E, como ninguém sabe nem ninguém viu, há que criá-los, a fim de manter bem viva a seara de ódio que insistem em criar.
Nunca, neste regime, o critério da cor da pele levou à exclusão de qualquer candidato, deputado, ministro, ou de outra qualquer profissão ou actividade. Os negros, em Portugal, só não sobem porque não querem ou porque não merecem, como cidadãos, não como mais claros ou mais escuros.
Mas o ódio, se não existe, tem os seus criadores, e há-de passar a existir, a bem ou a mal.
É nisto que vivemos. Se pusermos em causa a existência do que não existe, somos, pelo menos, fascistas, xenófobos, afrofóbicos.
E o racismo vança, perante uma sociedade amorfa, que já desistiu de pensar.
21.10.19