REAL MENSAGEM
Francamente não sei qual foi o impulso que o senhor de Belém terá dado às relações peninsulares, mas parece que os espanhóis acham que deu. Ou então não sabiam a quem haviam de entregar um prémio qualquer e resolveram o problema de forma a não fazer ondas.
A coisa foi importante. Uma sala cheia de galegos, umas senhoras aperaltadas, uns senhores importantes, o Rei. Não fizeram a coisa por menos.
Acho muito bem. Mas como sou um tipo com um apreço muito relativo pelo distinto mais alto magistrado da Nação – dito assim faz lembrar o almirante Tomás -, reparei numa coisa que me despertou o sentido do ridículo. O Rei de Espanha recebeu um canudo com um laço encarnado das mãos de um áulico e entregou-o ao nosso ilustre compatriota. A seguir, apertou-lhe a mão. Mas, quando o premiado estendia o o braço e o corpinho para o abraço, Sua Magestade continuou a sacudir-lhe o membro superior, assim impedindo que o afectuoso gesto tivesse lugar. Ou seja, pôs as coisas no sítio. Calculo o que, no momento, Filipe VI terá pensado: vai lá dar abraços ao raio que te parta, isto aqui não é a Amadora, nem eu sou uma velha gorda.
Duvido que o senhor de Belém tenha percebido a mensagem.
31.10.18