RECONCERTO
Ontem à noite, via opinadores vários alinhados com a esquerda, deu-se uma notável viragem política.
Se bem me lembro, a chamada “Concertação Social” era, nos últimos anos, notória arma de arremesso contra o governo: que não tinha sido ouvida, que havia normas que contrariavam a tal concertação e o que nela fora combinado, que o governo ignorava a existência da dita quando queria tomar medidas “contra os trabalhadores e o povo”, etc.
Agora, na boca dos peroradores de esquerda, talvez por que o Presidente se lembrou da coisa, a Concertação Social passou a não interessar. O que interessa é que o governo da esquerda faça o que lhe der na gana. A Concertação é só consultiva, não toma decisões, o que nela for acordado é “lateral” à decisão política, etc., blá blá blá.
Duas razões podem estar por trás desta súbita desvalorização da Concertação Social, pinote de 180 graus:
- Os socialistas acham que os acordos nela estabelecidos podem contribuir para ajudar a contrariar alguma decisão do governo autoritário do PS;
- Os comunistas temem que tal coisa continue, como sempre tem acontecido, a aprovar acordos com o voto contra da CGTP, organismo de inspiração e prática totalitárias que, por definição, tem sempre razão.
Mudam-se os tempos...
24.11.15