REGISTO
Em adenda ao meu post de ontem sobre a pessegada das medidas contra os fogos, aqui vai mais uma história exemplar.
É por demais conhecida a fúria “limpadora” que tomou conta do chamado governo em geral e do inacreditável Cabrita em particular, com o fim de prevenir fogos que pusessem mais uma vez a nu a brutal incompetência governamental.
Não houve contemplações. A fim de obrigar as pessoas a cortar uma interminável série de matos, árvores, e tudo o que pudesse favorecer ignições, foram instituídas regras gerais, sem olhar a casos individuais ou colectivos. Criou-se normas "técnicas", prazos e, é claro, as sacramentais coimas para quem não obedecesse, se atrasasse, não cortasse conforme as normas, resistisse. Num alarde de (in)competência, os prazos estabelecidos eram tão curtos que dariam tempo para que os matos voltassem a crescer antes da época do calor! Para mostrar serviço, começaram as perseguições às pessoas, aos municípios, às empresas.
Enfim, com alguma boa vontade poderemos encontrar justificação, pelo menos em parte, para tudo isto.
Mas, mais uma vez, bem prega Frei Tomás. O tal Cabrita esqueceu-se de mandar limpar... o que resta do Pinhal de Leiria! A geringonça cria normas para os outros, mas não as aplica a si própria. Acusa as empresas florestais, proprietárias das únicas matas que não arderam, acusa os municípios, acusa as pessoas. Mas o que é da responsabilidade dela, isso não, o Pinhal de Leiria que sobrou do incêndio tem hoje mais mato do que há um ano.
Registe-se.
9.5.18