REGRAS E EXCEPÇÕES
Segundo as loiras de serviço, os jogos de futebol podem voltar, mas sem espectadores (espetadores, em novilíngua). Ao mesmo tempo, coerentemente, as fulanas congratulam-se com a presença de 180.000 pessoas nas praias da Caparica no último Domingo, um sinal de “desconfinamento”
Nada tenho contra os banhistas, a não ser contra o presidente da República que, se tivesse juízo, tomava um duche lá em casa e apanhava sol no telhado, em vez de vir exibir o fraco físico perante os “espetadores” de Cascais e os trabalhadores das TVs, estes por certo para o efeito convocados, ou convidados com hora marcada e tudo.
Nada tenho de especial a favor do futebol, apesar de, de vez em quando, ver um jogo na televisão.
Tenho tudo contra as loiras. À semelhança de milhões, já nem pintadas (não estou a a falar de cabelos) as posso ver. Bem podiam deixar se armar em estrelas e produzir um relatório a ser lido pelos fulanos dos media. Chegava, ou até sobrava.
De volta à bola, verifica-se que as incríveis autoridades que nos dão cabo das liberdades mais básicas e simples, são as mesmas que arranjam maneira de deixar o PC fazer manifestações na Alameda, com autocarros aos montes, sim, os autocarros que proibem a quem não é do PC, que põem 130 mânfios a comemorar o 25 (de Abril!) na AR, ao mesmo tempo que proíbem à canalha que junte mais 100 em ocasiões especiais e especialmente autorizadas por quem de direito. Os mesmos que tecem loas às organizações “devidamente programadas” (do PC), com máscaras e afastamentos, são os que proíbem que, num estádio com 50.000 lugares, possam entrar dois, cinco, ou dez mil, mesmo que devidamente afastados, cheios de máscaras, de pára-brisas, de luvas, batas, fatos espaciais ou outras paspalhices da cartilha.
Para conveniência do texto, acreditemos que é perigoso estarmos juntos, e cumpramos as regras: que decidimos, ou decidiríamos? Talvez assim: 1- só pode haver “espetadores” que não espetem o vírus uns nos outros; 2 - vamos cancelar 2 terços das bancadas, fila sim, fila não, fila não; 3 - obriguemos as pessoas a sair e a entrar uma de cada vez e à distância regulamentar; 4 - outras patacosadas deste género. Talvez fossem soluções que não causassem muitas erisipelas às loiras nem às restantes, e sobejantes, “autoridades”. Mesmo assim, uma ideia a pôr, liminarmente de lado. Elas querem é silêncio nos estádios.
E eu que julgava que jogos sem espectadores é que não, mas não contava com as cabeças privilegiada das loiras, com a sede de poder do PS, com a cobardia generalizada da plebe e, quem sabe, com a democracia à moda do PC, desde que garantida a festa da outra banda.
Deixem a bola girar sem ser no silêncio dos cemitérios.
25.5.20