REPRESENTAÇÃO NACIONAL
Uma coisa chamada Direcção Geral das Artes anda a debater-se com o ingente problema de nomear um português para representar o país na bienal de Veneza. É que, sabe-se lá porquê, há só dois candidatos. Dado que temos tantos (diria milhares) de altíssimas figuras da nossa arte, porquê só dois? Não se sabe.
O que se sabe é que os dois escolhidos têm, como qualidades que estão na base da escolha, as seguintes: um (uma, julgo) por ser de origem africana, Quilomba de seu nome. Outro (outra?) por ser do “género não-binário”. A primeira, pelo que li, escrito e assinado por notável especialista, não vale um caracol, pelo menos em face de uma coisa tão importante como a Bienal de Veneza. Quanto ao segundo, um certo Marques, não tenho referências, por infeliz incompetência na matéria. Mas sei que é candidato por se tratar de um fulano(a) “não-binário”. Não faço a menor ideia do que seja um “não-binário”, mas tenho as maiores dúvidas que tal possa servir de critério artístico para a representação da Nação. Tratando-se de “género”, a coisa agrava-se. Então, e os não-trinários, e os não-quaternários, etc., hem? E os binários, trinários, quaternários? E outros? Só no Brasil, já identificaram setenta!
Talvez o melhor fosse consultar a fulana das framboesas. Mandava-se um cão, e pronto.
26.12.21