RES Et VERBA
É do conhecimento público que os dois ocos têm opiniões coincidentes. Um tem mais parlapaté que o outro, mas não passa daí. Um diz que vai repor reformas, ordenados, subsídios. O outro vai pela mesma, mais explícita ou mais implicitamente. Ambos se propõem tornar a sociedade mais justa, mais fraterna, mais igual, mais solidária, mais rica, mais culta, mais letrada, mais isto e mais aquilo. Um e outro dizem que vão abrir os cofres e dar por aí dinheiro a todos, acabar com a pobreza, reabrir milhares de escolas, de tribunais, de repartições, mais consultas médicas, intervenções, cirurgias, tudo! Como vão pagar? Pormenor! Ambos vão pôr a “Europa” na ordem. Chegam a Bruxelas, dão dois murros na mesa, e pronto. Aquela malta, a começar pela Merkel e a acabar no Draghi, borra-se de medo, e pronto, é de caras, está resolvido o problema.
Eles mostram como é. Os dois percorrem o país a falar às massas, um dizendo de trás para diante o que o outro diz de diante para trás. Ainda a campanha não foi financiada – o camarada Jorge Coelho ainda anda a fazer contas – e já lá vão rios de dinheiro. Donde vem ele? Ninguém sabe. O Oco 1 é capaz, como chefe do partido, de ter lá uns trocos. Mas, e o Oco 2? Será rico? Não se sabe. O que se sabe é que, ao mesmo tempo que percorre o país a arengar aos papalvos, está sentado no seu cadeirão da Câmara de Lisboa, isto é, não sendo ubíquo, não põe lá os pés mas recebe o ordenado. Será? E os assessores que são da CML e andam com ele em peregrinação, também são pagos pelos munícipes? E os luxos dos palcos, dos slogans, do som, das luzes, dos popós, etc.? Estará o J. Coelho a adiantar uns cobres? Ou virá tudo do saco do costume? Ou vão ficar a dever a toda a gente?
Animem-se. No dia-de-são-nunca saberemos a resposta.
17.7.14
António Borges de Carvalho