RIGOR E PLURALISMO
Costumo comprar um jornal privado “de referência”. Um hábito de longa data que, salvadas algumas coisas, muito contribui para me irritar. Refiro-me, como é evidente, ao jornal “Público”, detido pelo grupo Sonae.
Noticiosamente aceitável, o dito diário vem dando cada vez mais sinais de militante esquerdismo. Altas figuras da intelectualidade esquerdista tem lá lugar cativo, havendo um ou outro não pertencente à orquestra, talvez a título de raminho de salsa. O director é especialista em cravos e ferraduras, julga-se que para disfarçar.
Ultimamente, a história da independência do Brasil tem sido pasto das habituais “investigações históricas” tendentes a instilar interpretações ideologicamente orientadas e a obliterar factos, certamente por falta de “interesse científico”.
Agora, numa coisa chamada “Academia”, o “Público” propõe-se dar à malta lições de história. Muito bem. Com este nobre objectivo vai pôr à disposição dos interessados um leque de intelectuais e cientistas criteriosamente escolhidos. A quem queira ilustrar-se são oferecidos os estudos e opiniões da figuras tão gradas quanto as dos professores Fernando Rosas (fundador e dirigente do Bloco de esquerda), Francisco Louçã (grande líder do socialismo revolucionário e indiscutível pai do Bloco de Esquerda), João Teixeira Lopes (membro e ex-dirigente do Bloco de Esquerda), Miguel Cardina (membro do Bloco de Esquerda, investigador do Centro de Estudos Sociais - ramo intelectual da esquerda radical na Universidade de Coimbra), Luis Trindade (compagnon de route dos anteriores) e Andrea Peniche (feminista radical e activista do Bloco de Esquerda).
Não contestando a valia intelectual de cada um dos escolhidos, que fique registado o pluralismo político, a independência ideológica e o rigor informativo do jornal da Sonae e do seu ilustre director.
Veremos se há mais alguém, neste país escravo do socialismo, que denuncie este tipo de iniciativas.
Aos que venham a alinhar na dita “Academia”, o IRRITADO deseja uma feliz lavagem ao cérebro.
1.9.22