SEGREDO
No meio da desgraça em que vive o nosso sistema de Justiça, alguns nomes há que se vão impondo, para bem e para mal.
Um tal juiz Alexandre – uma espécie de Garzon à portuguesa – é famoso pelas suas acusações. Aquele que mandou um socialista para o xilindró (no que o homem se foi meter!) e que detesta o acordo ortográfico, também tem fama. Depois, há os que andavam a safar o Pinto de Sousa – um deles ao ponto de ser corrido da UE por causa disso -, os que mandaram queimar as escutas, os que não queriam queimá-las, os PGR’s de triste memória, os que mandam para a prisão um GNR que abateu um miúdo invisível levado para a má vida pelo próprio pai, tudo gente que se tornou conhecida por boas ou más razões. Muitos outros há que a memória, neste momento, não pesca.
No meio disto tudo, uma figura se destaca, feroz perseguidora de corruptos e afins, alta especialista em intricadas matérias e presença quotidiana na chamada comunicação social, que a adora. Dona Maria José Morgado é talvez a mais “mediática” figura da Justiça que temos. Já vimos a Senhora das mais diversas formas: a fazer jogging, a contar as suas jovens aventuras maoistas, a ser presa pela PIDE e pelo MFA, a apaixonar-se pelo seu falecido marido, a dizer cobras e lagartos de inúmeros não identificados canalhas, a perorar sobre as protecções de que tais canalhas gozam, a invectivar o governo, a oposição, o sistema, a dizer de sua justiça acerca de tudo e mais alguma coisa.
É assim. De vez em quando, os media elegem alguém para encher tempo e para dar um ar de preocupação com matérias tão importantes como os golpes do baú, as fugas ao fisco, as marteladas contabilísticas e outras especiosas questões socio-judiciais.
Muito bem. Mas - há sempre um “mas” na cabeça sinuosa do IRRITADO - então, não acham que a senhora também devia ser conhecida pelo número e importância dos malfeitores que levou à Justiça? Dá ideia que sim, o problema é que ninguém sabe o que é que, na prática, tem dado a sede de justiça que a senhora não se cansa de revelar.
Será segredo?
27.6.14
António Borges de Carvalho