TANATOLOGIA
A nova investida das esquerdoidas, com o obediente apoio e colaboração do PS e dos animalescos, “ressuscitou” a eutanásia, símbolo da nova “moral” que, aos poucos ou aos muitos, vem sendo imparavelmente imposta à sociedade.
Em suma, trata-se de legalizar a morte provocada, até agora chamada assassínio. Há mortes provocadas que são legais. Tradicionalmente, é legítimo matar no teatro de guerra, é legítimo matar em legítima defesa, e até, modernamente, se tornou legítimo matar fetos indesejados. Faltava a morte “colaborativa” e “humanitária” de pessoas indefesas. A desculpa, erigida em virtude, é o desejo expresso pelas vítimas, como se fosse possível averiguar se tal desejo, formulado com a pessoa em boa saúde mental, ainda fosse “vivo” na hora de o levar a acto, quando a pessoa já não está em situação de o confirmar. Mas, mesmo que o faça, uma coisa seria o seu desejo, outra o “direito” de terceiros a executál-o, isto é, o direito de a matar. Os executores não estão em guerra com o executado, este não os ataca dando-lhes o direito à legíma defesa, nem são algo que a modernidade, dita “progressista”, considere não ser um ser humano, como no caso do aborto.
É de matar que se trata. O direito de matar não é coisa que um parlamento dito democrático possa instaurar, no exercício de um poder que não tem, nem pode ter. Também não é coisa que se referende. A soberania do povo não pode confundir-se com o poder de assassinar, coisa própria de aberrações como o nazismo, mas claramente inaceitável noutros sistemas de valores. Confundir assassínio com sentimentos nobres, como o fazem as esquerdoidas, os animalescos e, escândalo dos escândalos, os socialistas ditos defensores dos direitos humanos, é uma aberração sem nome nem perdão.
Mas, nesta como noutras matérias, a sociedade portuguesa não tem defesa. O Parlamento votará a aberração por maioria simples. Parece ser inútil recorrer ao Tribunal Constitucional, dominado por esquerdistas e afins, como desde há muitos anos. O Presidente da República gostaria de fazer qualquer coisa, mas do que ele gosta está o inferno cheio. Ficará parado, sem munições nem grande vontade de se opor à esquerda, sua babitual protegida.
E, no entanto, em boa doutrina democrática, o assunto não deveria sequer ter direito de cidade. É uma mera questão de consciência moral, talvez o campo em que a crise dos nossos tempos é mais profunda.
13.2.20