TAXUBERISMO RADICAL
Muito se tem escrito e dito – eu também - sobre a história dos táxis. Não tencionava voltar ao assunto, mas ontem fui apanhado por uma nova interpretação do fenómeno, que merece referência.
Dona Ana Drago, défroquée da Bloca mas fiel aos princípios da dita, descobriu as mais profundas causas do problema. Na sua opinião, são elas: a precariedade e a falta de contratos colectivos. Esclareço: acha a rapariga que os uberistas, coitados, são trabalhadores precários e que, tanto eles como os motoristas de táxi, deviam ser englobados num contrato colectivo de trabalho, com as respectivas “garantias” e “protecção social”, ou seja, encarregaria o Arménio de negociar em nome deles, quer da Uber, quer dos táxis, a fim de que todos ficassem iguais e com emprego até à cova.
Não podia a fulana estar mais fora deste mundo, nem fazer alarde de maior e mais profundo trogloditismo mental. O camarada Louça diz mais ou menso o mesmo, mas por outras palavras, já que é mais cuidadoso, mais sofisticado e mais perigoso que ela.
De um ponto de vista intelectual, Portugal continua a ter demasiada gente, ou no século XX, ou no terceiro mundo. Parece que teremos que viver com isto, pelo menos até ao estouro final.
12.10.16