TERRORISTAS
Muito se tem dito, escrito e ouvido sobre os ataques terroristas em França, desde coisas sensatas até aos mais repelentes disparates, como os bolsados pelas habituais demagogas ao serviço do PS, tipo Não-sei-quantas Canavilhas e Ana Gomes. Tudo bem. Em toda a parte há pessoas sérias e pessoas que o não são. Adiante.
O IRRITADO, que não é politólogo, nem filósofo político, nem polícia, nem espião, nem nada que se pareça, acha um tanto estranho ainda não ter ouvido nem lido nada que vá ao fundo da questão, pelo menos pelo lado em que a encara.
Há terroristas como os de Paris, ou piores, por toda a parte, em pequenas células ou às centenas de milhar. De um modo geral, “justificam-se” por razões religiosas: uma leitura estúpida, ou maximalista, de certas passagens do Corão, implicaria o aniquilamento de quem não é muçulmano. Verdade é que os crimes que cometem são, a maior parte deles, contra outros muçulmanos, ficando prejudicada a teoria, praticamente única, da luta contra os “infiéis”. Talvez que os executores dos atentados sejam fanáticos religiosos. Quem os comanda, porém, são senhores da guerra, bárbaros sedentos de poder, a abarrotar de dólares, armados até aos dentes, dominando milhares de desgraçados a quem sujaram o cérebro. Aliás, muitos dos chamados “ocidentais” que alinham, fazem-no porque são bem pagos e porque, quando voltam aos seus países, não são acusados de coisa nenhuma, já que ninguém sabe ao certo de onde vieram ou o que andaram por lá a fazer.
Para travar esta malta seria preciso ir um pouco mais fundo: saber quem os financia e tratar de fechar a torneira, impedindo o fluir financeiro que os sustenta e arma. Depois, seria preciso dar-lhes cabo das comunicações. Que diabo, se uns tipos quaisquer entram nas comunicações do pentágono ou da CIA, não haverá quem seja capaz de lhes dar cabo do ciberespaço? Não me parece.
Por outro lado, temos ouvido, e ainda bem, reacções de repúdio por parte de imãs, das comunidades muçulmanas, de dirigentes de países oficialmente muçulmanos, etc.. Aceite-se que a maior parte de tais recções são sinceras. Mas… se eu fosse dirigente terrorista não faria o mesmo? Uma grande campanha de acção psicológica é indispensável, que leve os muçulmanos pacíficos a denunciar os restantes, que pululam em pacíficas mesquitas, madrassas e famílias e que, em grande parte dos casos, são conhecidos dos demais.
No meio de tantas teorias que por aí se ouve, não vi ainda nada que tenha, com sinceridade e com a eficácia possível, ido às verdadeiras raízes do problema.
Uma observação lateral. Parece que os assassinos de Paris estavam devidamente referenciados pelos americanos e pelos ingleses. Os franceses não davam por nada. Porquê? Parece que os franceses, aquando da sua tresloucada oposição à guerra do Iraque, passaram informações ao inimigo dos Estados Unidos e que, estes como os britânicos, fecharam, para a França, a cooperação entre serviços de informações. Compreende-se, independentemente de se compreender a oposição àquela guerra. Simplesmente, quando um dos beligerantes é nosso aliado, parece que aconselhável seria uma posição de neutralidade, não a barulheira dos diabos que a França fez, ainda por cima acompanhada de leaks em favor do inimigo do seu amigo! Pelo menos 12 franceses pagaram caro o orgulho nacional como trataram a questão.
Outra observação lateral. Para quem, como o IRRITADO, considera violentamente atacados e ofendidos valores básicos da humanidade e da civilização, parece estranho que se atribua tais valores à república. Qual república? A Francesa? Aceite-se. E se a república for a do Irão ou do Zimbabué, ou tantas outras com características semelhantes no que se refere a direitos humanos, liberdade, etc.? Será que os países da Europa Ocidental que não são repúblicas não respeitam e não amam tais valores? Fica a pergunta.
10.1.15
António Borges de Carvalho