TIRADAS MINISTERIAIS
Segundo a ministra da agricultura, o coronavírus é uma magnífica oportunidade para Portugal exportar máscaras e porcos. É a visão “prospectiva” do problema.
Segundo a ministra da cultura, as obras de arte em falta “estão aparecidas em local incerto”, havendo, de 94, 63 impossíveis de recuperar. O almirante Américo Tomás não diria melhor.
Segundo o ministro do ambiente e da energia, não haver linha circular do metro é inconstitucional. À atenção dos constitucionalistas do costume.
Segundo o ex-ministro da defesa, grande amigo do Costa, lá no seu ex-ministério desaparecem sem deixar rasto mais documentos do que papel higiénico pelo cano abaixo. Grande ministro!
Segundo primeiro ministro, divulgar peças em segredo externo de justiça, se for ele o divulgador, não é crime nenhum, isso de crimes é só para a plebe. Assim, há que saudar a generosa divulgação das suas respostas ao juiz Alexandre. Verdade é que ficámos todos mais descansados: o primeiro ministro, no caso de Tancos, não sabe nada, nunca soube de nada, jamais lhe disseram fosse o que fosse, ele não tem nada a ver com o assunto, o ex-ministro da defesa é um herói, a procuradora geral uma heroína, a Polícia Militar merece aplausos, e a ele, coitado, há quem não perceba que, do seu púlpito dourado, só enxerga o que é “importante”!
7.2.20
ET. Depois de publicado este post , verifiquei, na imprensa do dia, que as obras de arte desaparecidas passaram de 94 para 117. Com o correr dos dias é provável que passem a 274, ou a 29, ou ao que der na cabeça da ministra.