TIRAR O ANIMAL DA CHUVA
Quem viu aqui há dias a reportagem sobre o incêndio na Mouraria deve ter reparado, que, ao lado do Moedas, estava um senhor muito sério e muito caladinho. Quando o Moedas se foi embora o homem apoderou-se dos microfones para dizer umas inanidades. Era o presidente da junta de freguesia, grada figura do PS em Lisboa.
A Junta de Freguesia, esta como outras, devia estar na berlinda. Como é possível que tal organização não tenha dado por haver, em montes de andares, dezenas de imigrantes metidos com calçadeira em dez metros quadrados ou coisa que o valha?
A desculpa é “legal”. A Junta passa atestados de residência a quem apresentar duas testemunhas que declarem que A ou B residem naquele local. Tudo bem, pelo menos em face dos regulamentos em vigor.
O que é estranho é que a junta, quando atesta que estão, como era o caso, uns vinte ou trinta mânfios enfiados numa loja com dezassete metros quadrados, não dê pela marosca. Não sei se os atestados da Junta são pagos, mas algo me faz suspeitar que sim, legalmente ou a título de “gentilezas propiciatórias”.
Por outras palavras, o principal culpado é o presidente da junta. Não deu por nada, não fez nada, não se queixou ao SEF, à Judiciária, ou a quem de direito, que não sei quem seja e o dito se calhar também não.
Facto é que o homem (não será por acaso que é do PS) parece ter tirado o cavalinho da chuva e pedido uma sombrinha ao Largo do Rato.
Enfim, tudo isto será fruto da imaginação do IRRITADO.
Ou não?
7.2.23