TOME NOTA
Julgo que ontem, tive a subida honra de, pela trigésima milonésima vez, ver e ouvir, na TV, aquela senhora dos broches (joias de peito) que, diz-se, manda na nossa saúde. O cenário era um mimo: a dita senhora à cabeceira de uma mesa, com um rapaz de cada lado, ambos a fingir que trabalhavam afanosamente nos respectivos laptops. A originalidade da encenação fez-me ouvir o que ela e os seus diligentes mancebos tinham para dizer. No que a estes diz respeito, nada. Estavam calados e calados ficaram. Não passavam de figurantes, talvez para abrilhantar.
A senhora, porém, muito tinha para comunicar aos indígenas. E, com o seu ar maternal, disse que ficava tudo na mesma, ou seja, que o uso de máscara na rua deixava de ser obrigatório, a não ser que estivéssemos misturados com outros cidadãos a menos de dois metros deles. Mais ou menos há um mês tinha a senhora dito exactamente a mesma coisa. Lembro-me do tempo em que a senhora informava as massas sobre a inutilidade e até perigosidade das máscaras. Nunca a ouvi retratar-se mas, se calhar, o problema é meu: ela é a autoridade, não precisa de se justificar, só de mandar ou de dizer o que a mandam dizer. Resta-nos admirar-lhe a coerência e o saber.
Mas não se ficou pela história das máscaras na rua. Desfiou umas ordens suplementares. Passou a fazer parte da “estratégia” educativa do governo pôr as crianças de máscara, nas aulas e nos recreios. Ultrapassadas todas e quaisquer marcas, pisados todos e quaisquer escrúpulos, se é que tem disso, a senhora deu as suas ordens. As criancinhas passam, por sua ordem e das criaturas que representa, a passar horas e horas por dia a respirar o que os seus jovens pulmões deitam fora, para além das emanações do seu próprio suor que, nos recreios, lhes molha a mordaça “sanitária” provocando deficiências respiratórias, tudo por conta de uma doença que não lhes faz mal nenhum. É claro, diz a senhora, que tal não se destina só a (des)proteger a infância, destina-se a evitar que o chamado covide atinja a fímbria dos narizes da privilegiadíssima classe dos professores e do senhor Nogueira.
Por seu lado, os pais des crianças, se não estiverem de acordo, têm bom remédio: tiram as crianças da escola, que isso de aprender não é para quem precisa mas para quem obedece acefalamente à senhora dos broches (joias de peito).
Tome nota, obedeça, que é o que lhe resta, a si e aos demais “cidadãos”.
9.9.21