UM ALÍVIO
Teorias da conspiração são coisa que não falta no mercado do covide. Há para todos os gostos. É a ONU que quer, via OMS, criar condições psicológicas para a criação e aceitação do “governo universal” do futuro, são os tubarões da finança a fazer fortunas com acções e os das farmacêuticas com vacinas, são os monstros unicórnios a facturar mais na net, o Gates, o Soros e quejandos sedentos de poder e de dinheiro, enfim, vale tudo o que couber na cabeça dos que vêm a sua vida feita num oito e o futuro a enegrecer todos os dias.
Por uma questão de princípio, não acredito em teorias da conspiração. Hoje, porém, há uma que não me larga os neurónios. É a da limpeza etária. Sim, etária. Há gente a mais. Dizem os profetas do costume que, a breve prazo, o planeta deixará de dar de comer à humanidade, uma humanidade vítima do consumismo, do capitalismo e de outros ismos da moda de esquerda. Por isso, a tal limpeza. Acabar com os velhos que por aí pululam. Já viveram muito, já têm a sua conta, vão bugiar. Em conformidade com esta brilhante ideia, surgiram “especialistas”, entre nós representados pelas loiras da “saúde”, que “descobriram” que, a partir dos 70 anos ou coisa que o valha, não vale a pena gastar vacinas com tal gente. Trata-se de inúteis, devem ser postos de lado, a bem do nobre objectivo de pôr o planeta a ter mais reservas alimentares. E haverá menos chatices, que essa malta é chata como a potassa. É claro que a teoria se “justifica” porque, dizem, a partir desse tipo de idade, a vacina não funciona. Uma desculpa “científica”, só possível de provar quando os pobres velhos começarem a morrer aos milhões, com ou sem vacina. Um alívio, não é?
Pois, dir-se-á. É o que diria a prima do Solnado, que gostava muito de dizer coisas. É pouco provável, diz o meu optimismo parolo, que a teoria vingue. Mas já se viu pior, como nas limpezas soviéticas e nazis. Quem sabe o que, no fim decontas, sairá da cabeça das loiras, e da falta dela das mais altas autoridades.
28.11.20