UM FORMIDÁVEL SALTO
A melhor notícia dos últimos anos foi ontem publicada nos jornais:
“Uma reacção de fusão nuclear obteve mais energia que aquela que gastou”
(O IRRITADO jamais acreditou que as reservas de hidrocarbonetos estivessem perto do fim. O IRRIATADO sempre defendeu a opção nuclear para a produção de energia. O IRRITADO sempre criticou sempre as miríficas análises de custos/benefícios das energias renováveis, tal como propagandeadas por tudo o que é politicamente correcto. Por outras palavras, o IRRITADO, aos olhos da filosofia triunfante, é uma besta.)
O mais ignorante saberá que a matéria é, passe a expressão, energia concentrada. O maior desafio que se coloca à humanidade será fazer a “criação” de pernas para o ar, isto é, conseguir retirar do átomo a energia que contém, e usar a sua infinitude em seu benefício. Nem petróleo, nem renováveis, nem ciência de trazer por casa, nem cuidados paliativos.
É certo que as tecnologias nucleares causam o maior frisson às almas correctas. Fucoxima é culpa do nuclear, não do tsunami. Chernobyl é culpa do nuclear, não do abandalhamento soviético. Quando um tipo distraído se espeta contra uma árvore, a culpa é do carro. Quando um dilúvio se abate sobre a Madeira, é evidente que a culpa é do Alberto João. Quando um menino arranca um olho ao companheiro de carteira, a culpa é do “sistema”.
O feito sintetizado no título acima aponta o caminho do futuro. Em matéria de energia, é o único caminho lógico. O IRRITADO já terá morrido há muito quando se chegar a tal futuro. Mas fica contente por saber que foi dado um enorme passo nessa direcção.
Continuaremos, por muitos anos e maus, a contemplar moinhos de vento e centrais térmicas. Mas há uma luz forte lá à frente. Não é nada mau.
Entretanto, por cá, umas centrais nucleares não nos faziam mal nenhum. Ao dizer isto, o IRRITADO sabe que lhe vão chamar os piores dos nomes. Que se lixe.
14.2.14
António Borges de Carvalho