UM FUTURO RADIOSO
Segundo abalizadas opiniões, o hediondo Pedro Nuno Santos anda a fazer a cama ao seu bem amado chefe Costa. Perfilou-se no congresso da organização com um discurso que faria inveja às esquerdoidas do BE. Facto é que foi entusiasticamente aplaudido pelas ignaras hordas em presença, ou porque não perceberam nada, ou porque uma viragem ainda mais à esquerda lhes pareça o ideal para se apoderar (ainda mais) da III República, do estado a que o Estado chegou e dos correspondentes empregos, mordomias e influências.
Diz-se também que foi por causa desta ameaça que o citado contrabandista político não foi promovido a ministro na remodelação que, bem à sua maneira, Costa realizou 48 horas depois de ter dado a sua palavra que não o faria: palavras leva-as o vento, sobretudo quando dadas por pessoas do calibre do nosso chamado primeiro-ministro. Nada a estranhar, conhecida a contumácia que, na matéria, de longa data o caracteriza.
Numa primeira impressão, poderá dizer-se que a subida ao poder do tal Santos teria a vantagem de nos livrar do Costa. Pensando melhor, teria o defeito de o pôr na calha do eléctrico rápido para Belém. Indo um pouco mais fundo, o defeito não é grave: seria a evolução na continuidade no que respeita ao apoio de Belém à geringonça, ou ao que, da mesma laia, lhe suceder. M.R. Sousa arrumado, teríamos Costa & Santos em vez de Santos & Costa. A sociedade seria a mesma, com pequenas alterações na estrutura do capital.
Deixando-nos de futurologia catastrofista, olhemos para o futuro com os olhos no presente. Está na calha ascendente um ataque sem precedentes à propriedade privada, à economia, à segurança, desta feita sem a violência imediata do PREC mas com a lenta vaselina da venda de ilusões. O número dos dependentes públicos cresce como nunca. O abandalhamento das instituições é patente, a "justificar" mais e mais poder que as “circunstâncias” imporão, no evidente caminho para uma ditadura ou outra coisa qualquer mascarada de democracia.
Afinal, olhar o futuro com os olhos no presente é tão catastrófico como fazer futurologia catastrofista.
21.10.18