UMA AMEAÇA E SUA CONCRETIZAÇÃO
Ontem, noticiava-se a nomeação, pelo chamado governo, de dois novos adminstradores para a agência nacional de notícias, ex-Lusitânia, ex-Anop, actual Lusa. Nada mais nada menos que suas excelências João Soares e Gabriela Canavilhas. Uma ameaça terrível.
São desconhecidos os skils destes dois figurões para administrar seja o que for. Um é político profissional, outra parece que sabe tocar piano e que, nessa qualidade, é muito apreciada lá em casa. Ambos são (ela mais do que ele) cidadãos rigorosamente desagradáveis, capazes de irritar, pela sua simples presença, a mais pacífica tartaruga.
Qualificação para o cargo? A sua pertença canina ao PS. Dir-se-á, com toda a razão, que é, para além dos laços familiares que, nos tempos que correm, a tantos aconchegam, a melhor de todas as qualificações. Uma nomeação cheia de lógica, a dizer aos infelizes que isso de “informação” é óptimo, desde que alinhada com a geringonça. Justice est faite!
Afinal não era bem assim. Parece que a nomeação era fogo de vista. Foi para para o caixote, restando aos contemplados, talvez, a hipótese de algum cadeirão não executivo e umas senhas de presença. É que, num rebate a que alguns chamariam de consciência, isto é, com medo que a coisa fosse demasiado evidente, os geringonços resolveram promover o seu inconfesso mas incutível adepto Nicolau, o tipo do lacinho, ex-serventuário do senhor Balsemão, especialista em recados e em geringonciais loas bem embrulhadas .
Tal rapaz tinha anunciado que, devido a certos “projectos pessoais”, ia abandonar a sua posição cimeira na expressiva organização do referido senhor. Das duas três: ou não tinha projectos nenhuns, ou os abandonou, ou já tinha na manga o simpático convite dos seus camaradas, tornando-se evidente, pelo menos aos olhos dos menos estrábicos, que a terceira hipótese será a mais provável.
Resta cumprimentar efusivamente o chamado primeiro ministro pela sua visão das conveniências. Nomeia um indefectível apaniguado, o qual, nas suas vestes de jornalista, dará aos incautos a indispensável imagem de independência que deve presidir à “informação” estatal. Isto, acrescido da ameaça de estatização do que resta de privado na agência, garante à geringonça a mais isenta das “informações” públicas, quer dizer, a mais conveniente em termos do actual poder. Razão pela qual o IRRITADO falou em conveniências.
O intragável Costa, como dizem por aí, sabe fazê-las. Começa por atirar à cara das pessoas, através do seu trombone chamado “Público”, dois aparatchiques mais ou menos inúteis, mas fiéis. A seguir, anuncia a nomeação do “independente” Nicolau. Ficam salvas as aparências, bem como o prestígio e a “isenção” da Lusa.
Gaudeamus!
29.12.17