UMA FARTURA
Nada menos que dezoito é o número de câmaras municipais - parece que onze do PSD e sete do PS - que estão à pega devido a um esquema qualquer aplicado ao aluguer de camionetas. A polícia não faz a coisa por menos. Tudo ao molho, uma fartura.
Parece que há uns piores que outros. São cinco, um do PSD, os outros não sei. Para o comum dos mortais, segundo as informações disponíveis, deve tratar-se de um bando de mafiosos que se apoderaram do chamado poder local para se encher de dinheiro. Faziam compras sem concurso (“procedimento concursal”, em novilíngua), tudo à pala de ajustes directos, somando já uma data de milhões, só nos últimos dez anos. Ainda ninguém fez as contas de quanto isso representa ao ano, nem dividiu o resultado por dezoito, o que deixa no ar uma série de dúvidas. A lista dos crimes é vasta, ainda que falte acrescentar os de violência doméstca, tráfico de drogas e outros da moda.
Uma coisa há que me põe de sobreaviso sobre a verdadeira natureza desta história. Os mesmos jornais que sublinham os montantes vezes sem conta, dando ideia de uma monstruosa trafulhice, dizem em letra miudinha que a empresa privilegiada pelos suspeitos “esmagava os preços da concorrência”. Parece que os autarcas em causa são suspeitos de escolher o preço mais barato sem prejuízo do bom serviço.
Onde estará a verdade no meio disto tudo?
14.6.19