UMA TRISTEZA
Uma tristeza, a cena dos candidatos a Lisboa. Poderei estar errado, porque não vi tudo. Paciência, aqui vai a impressão geral.
5 - candidatos - 5 em presença. Imperial, dona Judite dizia os seus disparates, ao mesmo tempo que se “familiarizava” com os debatentes. Ó Assunção, ó Fernando, ó Teresa, ó este, ó aquele, parece que tinha andado na costura com todos eles. Chá nunca deve ter bebido, nem nunca ninguém lhe deve ter explicado coisa nenhuma, "pcebe"?
Do lado direito, “a” Assunção, que deve ter sido maquilhada por uma tipa do Bloco devidamente instruída para o efeito, lá ia dizendo umas coisas e insistindo no seu plano para o Metro, sem perceber que vivemos ora à bolina ora com vento à popa ou à ré, consoante o imediato, e que qualquer coisa de longo prazo está fora dos cânones da moda. “A” Teresa, coitada, não meteu na cabeça que, por inteligente que seja, não tem estaleca para estas cenas. “O” Fernado, esse, defendia os disparates e atentados que tem perpetrado, bem como mais uma série deles que diz que vai cometer no futuro, pobres de nós, – por exemplo, a linha circular do Metro (deve ter ido a Londres quando era pequenino e achou porreiro). “Os” Nãoseiquantos tinham a lição bem estudada, como é seu hábito, ou seja, estão tão contra o Fernando, tão contra tão contra que se mostram disponíveis para garantir um lugarzinho de vereador na maioria dele. Penduras, mas cheios de “personalidade”.
Interessantíssima a discussão sobre a “taxa” da protecção civil. Os grandes admiradores do Tribunal Constitucional trataram de o ignorar. As outras também. O acórdão que condena a tal “taxa”, proferido a propósito de uma terrinha qualquer, não conta, nem tem valor geral. Nenhum dos artistas em palco se lembrou disso, ainda menos o Fernando, que defendeu o esbulho com unhas e dentes e prometeu esbulhar ainda mais. Os outros estavam contra mas, em vez de considerar o caso arrumado, acharam que o acórdão é coisa de somenos. Não se aplica. A jurisprudência do TC deixou de ser geral e abstracta e passou a particular e concreta por ordem dos candidatos a Lisboa.
E os transportes? Um, quer ressuscitar as calhas dos eléctricos, a fim de aumentar o número de derrapagens e estampanços (esta é minha, mas é evidente). De resto, com um estilo ou outro, a conversa é a mesma: mais autocarros, mais Metro, mais “regionalismo”, mais interfaces. Elas, condenadas à “forca” por ter querido privatizar alguns transportes, calaram-se como umas ratinhas, não defenderam a solução, não souberam denunciar que, com os planos em presença, a falência dos transportes é garantida. Para defensores de tais planos não há buraco que não se tape com taxas e impostos. Fácil, não é?
Uma tristeza. De um lado, a garantia da continuação das asneiras e do saque, do outro a falta de coragem para o denunciar.
7.9.17