UNIÃO NACIONAL
Oito dias de férias, sem IRRITADO, sem internet, sem email, e eis que regresso a ver o que, entretanto, se passou.
Parece que o Ronaldo quer mais dinheiro, sob pena de ir prègar para outra freguesia. O Liverpool levou na touca, o rapaz cobra. Normal.
Os italianos, cabeça perdida, multiplicam-se em esforços para desestabilizar ainda mais a já desestabilizada Europa. Parece que a democracia está apostada em auto-destruir-se, vítima dos seus próprios princípios e métodos. Não será a primeira vez.
A loucura da eutanásia apoderou-se da política, dos jornais, das opiniões. Mais uma grande jogada do abominável Costa a reboque do fascismo de esquerda do BE, mais uma maneira de entreter o pagode desviando as atenções dos media e a cabeça das pessoas. Uma manhã, hoje, em que o direito de matar será aprovado por um ou dois votos num parlamento que perdeu por completo a noção da sua própria dignidade e da de todos nós, em que Hipócrates será derrotado, em que assistiremos à fundação de um novo negócio, o da morte por encomenda.
O “congresso” do PS enterrou Sócrates, figurão que passou a nunca ter existido, que nunca teve o apoio dos que caninamente o seguiram e que subiram ao poder por desonestos métodos, depois de o encobrir afanosamente durante anos e anos, isto sabendo, melhor que ninguém, com quem estavam metidos, isto é, mostrando que estavam metidos consigo mesmos. O PS é hoje o centro de tudo, o poder absoluto, assumido e triunfante, garantido à esquerda pelo aval do PC e pelo vanguardismo idiota e amoral do BE, garantido à direita por um PSD atento venerador e obrigado e por um CDS que esperneia, inconsequente e “social”. O congresso do PS, alimentado pela retórica vazia mas eficaz do chefe, fundou a nova União Nacional. Os tempos são outros, os métodos são formalmente democráticos como não pode deixar de ser, mas o poder, a República, o regime, a sociedade, têm um proprietário, o PS, indiscutível e sórdido, é mais ou menos a mesma coisa em termos polítcos, outros fundamentos mas a mesma natureza, substuída a Nação do antigamente pelo Estado dos nossos dias. Nada de novo. A mesma subordinação, os mesmos sacrificados, os mesmos enganados, todos nós, seguidores e (raros) opositores.
Pouco ou nada há que trave este caminho. L’État c’est Costa. Com a mestria do engano, Costa até soube encenar um pluralismo sórdido, uns tipos esquerdófilos a fingir alternativas, outros menos geringonciais mas mansinhos, os raros conscientes do passado e das culpas de ontem e de hoje metidos na gaveta. A União Ncional está em marcha, imparável. Ou talvez não, isto é, acabará, não às mãos de opositores (que quase não tem) mas às da verdade que, mais tarde ou mais cedo, virá fazer contas.
29.5.18
29.5.18