VELHAS NOVIDADES
Verdadeiro ou falso, rascunho ou não, vindo de onde tenha vindo ou de parte nenhuma, o relatório ontem publicado pelo Expresso sobre as actividades do chamado ministro da defesa no âmbito do roubo de Tancos não traz nada de novo.
Não há quem não saiba de ciência certa que a criatura geriu o assunto “com ligeireza imprudente” e que proferiu “declarações arriscadas e de intenções duvidosas”.
O relatório não refere nada que não esteja provado através das bojardas que o senhor Lopes tem proferido dia sim dia não: foi uma coisa gravíssima, trata-se de um enorme perigo para a nossa segurança, era tudo sucata, não tinha importância nenhuma, as armas se calhar nem estavam no paiol, estavam à espera de abate, sou responsável, não sou responsável, etc.. Cereja em cima desta porcaria, o indivíduo sente-se levado a chegar à conclusão que, afinal, não houve roubo nenhum, conclusão óptima para lhe limpar a consciência, se a tivesse, mas que não sossega mais ninguém.
Seja quem for que escreveu o relatório, há que reconhecer que se trata de pessoa tão caridosa e amiga que poupou o indivíduo aos adjectivos que ele e a sua actuação merecem: incompetente, mentiroso, salta-pocinhas, ignorante, taralhoco, dito por não dito... atrapalhação, ausência de qualquer sentido de resposabilidade e de respeito pelos cidadãos. Sejamos também caridosos, ainda que não amigos, senão...
Não sei se o tal relatório, existente ou não, se refere também ao comportamento de dois generais que até na república das bananas já teriam, pelo menos, passado à reserva. Sendo generais da geringonça compreende-se, não é?
Substancialmente, nada de novo. No parecer de “quem de direito”, porém, o pobre do ministro foi objecto das mais hediondas atoardas, ínsitas no tal relatório que nunca existiu.
Verdade verdadinha é que, haja ou não haja autenticidade no relatório, o que ele diz não é atoarda nenhuma. Só peca por defeito.
24.9.17