VERGONHA
Como seria de esperar, quando se tratou de acompanhar o voto de condenação do fascismo e do comunismo aprovado no Parlamenmto Europeu, a nossa inigualável Assembleia, chumbou todas as propostas em tal sentido.
Porquê? Porque vivemos no único país por acaso colocado no mundo civilizado, que não só tem dois partidos comunistas com expressão eleitotal como se rege por uma Constituição que, desde há 40 anos, estipula, como objectivo maior do Estado, a criação de uma “sociedade socialista”. Maior atraso mental, civilizacional e político, maior ataque à Liberdade, não se imagina em tão nobre letra. Mas está lá, e tem os seus fiéis, a negar a liberdade de escolha das pessoas. Diz-se que a “marcha popular” a favor do socialismo ínsita na lei fundamental é um adquirido histórico de valor simbólico, mas não deixa por isso de lá estar como valor de aceitação compulsiva.
Diga-se que os votos na AR, tal como expressos, eram de prever, com uma cobarde excepção. Chumbaram a proposta o PC e sua sucursal PEV, o BE e o Livre. O PAN, eventualmente a favor dos cães, absteve-se. Nada de novo. A excepção – que já deixou ser uma surpresa por aí além - foi o PS. Acachapado na sua canina dependência da extrema esquerda, ao contrário do que fez no parlamento europeu (onde deve ter tido medo do colegas do GS), votou contra, assim revelando até que ponto se pode ser pusilânime. A confirmá-lo, arranjou uma “solução” que engloba os totalitarismos, sem citar quais, a fim de não causar erisipelas aos sócios. Maior indignidade é difícil de imaginar.
Doravante, Portugal é o único país da Europa cujo Parlamento acha que o totalitarismo fascista é horrível, mas que o comunista, enfim, não é assim tão mau.
Ele há momentos em que tenho vergonha de ser português.
15.11.19