VIRAR A PÁGINA
.Qual página? A tão célebre expressão do abominável Costa foi, do alto do cadeirão de Belém, repetida por quem lá se senta.
Dizia o seu autor, há longos e tristes seis anos, que virava a página para acabar com a progressiva resolução dos problemas do socialismo levada a cabo por Passos Coelho, e criar aquilo que veio a poder chamar-se, com inteira justiça, a “nova pobreza”, ou seja a transformação progressiva, e “progressista”, de Portugal numa espécie de Bulgária Ocidental.
Enfim, a frase serviu de inspiração ao mais alto senhor da República. Que página quer ele virar? A coisa deu que falar. Tudo minha gente está de acordo, chamando à página o que lhe convém, talvez porque o discurso foi um mar de inanidades, ao que perece não fazendo mal a ninguém. Verdade? Não me parece.
Como o IRRITADO é um tipo sem escrúpulos, foi buscar outra frase, essa com inegável importância e clareza q.b.. É que o Presidente desta coisa declarou, sem deixar margem para dúvidas, que precisamos de “um governo com legitimidade reforçada”. Vejamos: não há nenhum governo que precise de reforçar a legitimidade, a não ser o do Costa. Os outros, não sendo governo, não precisam de “reforço”. Poderão, se tivermos sorte, acabar com o Costa, mas não precisam de reforçar uma coisa que não têm. Donde, numa interpretação pelo menos legítima, o que Marcelo R. de Sousa quer é que o PS saia “reforçado” das eleições.
Mais um servicinho ao país, leia-se ao PS, prestado a partir de Belém. Bonito.
3.1.22